sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Livro Artes Marciais na Pós-Modernidade

O Mestre de Artes Marciais e Especialista em Sociologia Roberto Guimarães realizará o lançamento independente de seu livro as "Artes Marciais na Pós-Modernidade: Educação para o Autoconhecimento e Desenvolvimento da Autonomia".

O evento está previsto para Dezembro de 2016 e você pode ser um colaborador adquirindo um exemplar. Desta forma, você estará colaborando com a Educação, pois 25% da tiragem (1000 unidades) será destinada gratuitamente a escolas de São José dos Campos, São Paulo e Vale do Paraíba. Serão, nesta primeira fase do projeto, 250 escolas beneficiadas. Participe!

Faça parte desse projeto! Entre em contato pelo roberto@grupoprojetar.com ou pelo WhatsAPP (12) 98116 0634.

Sua empresa quer apoiar o projeto? entre em contato conosco.  






SÍNTESE DO PROJETO 

Realizar a edição e a distribuição de um livro sobre os fundamentos das artes marciais para sua utilização na educação, intitulado Artes Marciais na Pós-Modernidade: Educação para o Autoconhecimento e Desenvolvimento da Autonomia, com tiragem inicial de 1.000 (mil) exemplares. Por meio de elaborações sociológicas, psicológicas e filosóficas, a obra apresenta as artes marciais como ferramentas acessíveis para complementar a educação tradicional e reduzir suas carências, possibilitando a integração do indivíduo, o desenvolvimento de sua autonomia e sua formação moral em uma realidade caracterizada pela transitoriedade e predominância das relações econômicas.



OBJETIVOS 

 Os objetivos do projeto do livro Artes Marciais na Pós-Modernidade são:

1- Realizar a edição de um livro sobre os fundamentos das artes marciais, intitulado Artes Marciais na Pós-Modernidade: Educação para o Autoconhecimento e Desenvolvimento da Autonomia, que:

- Conceitue as artes marciais como ferramentas acessíveis para a complementação
da educação tradicional, tal que reduzam suas carências;
- Conscientize para a necessidade de uma educação integral, que favoreça o
autoconhecimento por meio de vivências significativas nos campos intelectual,
emocional e físico, simultaneamente, que as artes marciais podem oferecer;
- Oriente pedagogicamente os educadores sobre os caminhos para o
desenvolvimento da autonomia de seus educandos pela utilização das artes
marciais;
- Esclareça sobre a necessidade de um método ativo, que proporcione atividades
compartilhadas para a formação moral dos indivíduos, em vez dos métodos
puramente discursivos sobre moralidade;
- Apresente a importância na atualidade de valores inerentes às práticas marciais
pedagogicamente orientadas, capazes de reverter tendências nocivas de
comportamentos sociais estimuladas pelo regime econômico vigente, tais como o
isolamento e o individualismo;
- Diferencie as utilizações educacionais das artes marciais de outras correntes, tais
como as relacionadas exclusivamente aos campeonatos ou à defesa pessoal,
muitas vezes nocivas para os fins de desenvolvimento pessoal.
- O livro tem como público alvo educadores, dirigentes de instituições educacionais, professores de artes marciais e pessoas interessadas nessas artes.

2- Realizar a distribuição de 250 exemplares para escolas da rede pública de ensino, dos níveis fundamental e médio, em São José dos Campos, São Paulo e Vale do Paraíba, tal que:

- Possibilite o acesso desse estudo sobre as artes marciais para os educadores que
buscam soluções acessíveis para os problemas da educação;
- Auxilie e reforce a formação pedagógica dos professores de artes marciais;
- Fomente a prática das artes marciais, principalmente para fins educacionais;

A eleição das escolas beneficiadas será de acordo com o número de alunos em cada unidade, tal que o maior número de pessoas possa ter acesso à publicação.

3.  Valorizar socialmente a leitura de textos e incentivar a formação de acervo de livros, possibilitando o desenvolvimento de conceitos relativos ao aprendizado, desenvolvimento, cidadania, conhecimento cultural, crítica e ética por meio dos conteúdos expostos no livro.
  


JUSTIFICATIVA 

Quando analisamos as características sociológicas da pós-modernidade, verificamos que a transitoriedade decorrente dos avanços tecnológicos, a emancipação dos indivíduos em relação ao Estado resultante da predominância das relações sociais de característica econômica, a instabilidade do emprego, a coisificação dos laços afetivos, entre outros, resultam em isolamento, individualismo e dependência do consumo. Estes fatores afetam consideravelmente o indivíduo na tentativa de autodeterminação, e consequentemente passa a absorver tais características como indispensáveis à formação de sua identidade. Neste cenário, falar em estabilidade, solidez, planejamento, solidariedade, compartilhamento, e etc. é um contrassenso para uma população educada quase exclusivamente para atender às demandas de mercado. Se a ênfase do ensino ainda está relacionada à memorização de conteúdos e se dá por meio de transmissão discursiva destes, faz-se necessário fomentar atividades acessíveis e abrangentes que possibilitem o desenvolvimento da autonomia individual, característica fundamental para a reversão dos muitos males causados pelas incertezas desse cenário instável.

As artes marciais podem desenvolver essa autonomia, pois não contemplam somente o elemento esportivo, como frequentemente são compreendidas, mas os elementos artísticos, ao possibilitar a expressão e a sublimação dos impulsos emocionais do ser, e social, ao propor atividades conjuntas cujos conflitos podem ser mais bem solucionados quanto mais diferentes forem os companheiros de prática. Isso resulta numa abertura às próprias emoções, às emoções do outro e na valorização do outro  e de suas diferenças.

As características das práticas marciais também favorecem o desenvolvimento de valores importantes para o enfretamento das adversidades da vida atual, tais como coragem, disciplina, integridade, perseverança, autocontrole, responsabilidade, cortesia, retidão, lealdade e liderança.

Infelizmente, porém, com o pouco apoio institucional à formação dos professores de artes marciais e desempenho dessas atividades, a qualidade e a ênfase das práticas marciais se vê atualmente comprometida, principalmente pela limitação de suas potencialidades ao âmbito esportivo e competitivo.

Assim, o livro visa atender as carências de informação sobre as artes marciais no que se refere ao seu caráter pedagógico, de desenvolvimento pessoal, tal que as escolas possam contar com uma ferramenta e uma metodologia eficientes para este desenvolvimento, os professores de artes marciais tenham referências para melhorar a eficiência de seu exercício profissional, e a população se veja beneficiada com uma atividade inclusiva, acessível e que auxilia no enfrentamento das incertezas, na redução do medo social, na reversão da passividade frente às adversidades, e etc.

Serão 170 páginas, com imagens cedidas pelo fotógrafo Daniel Pereira Leite.

SOBRE O AUTOR 

Graduado em Engenharia, Roberto Cesar Guimarães da Silva é Mestre de Hap Ki Do Won Kisul, com a graduação de 5° Dan de Faixa Preta, Professor de Tae Kwon Do Tradicional, 1° Dan de Faixa Preta, e Professor de Kung Fu Yau Man. Com aproximadamente 20 anos de envolvimento com as artes marciais, realizou uma Pós-graduação em Sociologia e o tema de seu trabalho de conclusão de curso foi "As Artes Marciais em Tempos de Modernidade Líquida: Educação para o Autoconhecimento".

Além das aulas regulares de Artes Marciais que oferece, trabalhou com pesquisa de opiniões e visitou 16 Estados do País, onde pode se deparar com inúmeras carências sociais. A partir destas constatações, passou a se interessar por Psicologia, Sociologia, e Filosofia, entre outros, com o intuito de identificar as raízes desses problemas e criar soluções para eles, por meio de sua área de atuação.

Tem como Mestre o Sociólogo e Historiador Francisco Taboada, Grão-Mestre de artes Marciais, com quem discutiu conceitos e vivenciou experiências e pesquisas sobre o tema das artes marciais e o desenvolvimento do indivíduo. Taboada é autor de 4 livros, dos quais 2 são dedicados às artes marciais, textos que serviram de ponto de partida para as pesquisas realizadas para essa obra.

Juntamente com a Psicóloga Fernanda Guimarães, oferece palestras sobre temas importantes ao cidadão comum, tais como o Bullying, a Síndrome de Burnout entre outros, e pesquisa sobre pedagogia e metodologias de abordagem inclusiva, acolhedora e centrada no aluno, tais que permitam ao educando sua livre expressão individual.

INTRODUÇÃO DO LIVRO (texto com Direitos Autorais reservados) 

A ideia de escrever este livro surgiu em uma conversa com o Mestre Luiz Gustavo dos Santos Saldão, meu primeiro professor de Won Kisul (Hap Ki Do) e hoje meu sócio, enquanto formatávamos os temas educacionais abordados nas apostilas que apresentamos aos nossos alunos de artes marciais. O fator motivador foi a indignação com o enorme contraste entre o conceito amplo de educação e o que é realizado pelas instituições educacionais no Brasil, sejam públicas ou privadas. Temos a noção de que o futuro da humanidade está na educação, de que a educação é a base de uma sociedade que visa construir um futuro próspero. Porém, o que está sendo realizado nesse campo não é suficiente para sustentar tão grandioso propósito.
Como reflexo das ideologias dominantes, a educação tem se restringido, muitas vezes, a oferecer formação técnica para atender as demandas do mercado, e, dadas as atuais condições de instabilidade do emprego, a corrida pela subsistência tem se utilizado dela como principal meio favorecedor. Isso alimenta a acirrada competição imposta por um sistema naturalmente incapaz de englobar a todos, uma vez que se baseia na perpetuação de estados de necessidade como motivadores do impulso consumidor.
Com o foco no desenvolvimento intelectual baseado na memorização de conteúdos, os campos físico, emocional e social se tornam desequilibrados, subdesenvolvidos. De promotora do futuro da humanidade, reduziu-se apenas a uma forma de transmitir ao indivíduo as informações necessárias à obtenção de destaque para que possa sobrepujar os concorrentes e garantir uma vaga de trabalho.
Assim, não se pode falar em realização pessoal, pois os objetivos individuais são determinados por parâmetros externos; não têm a ver com os nossos anseios orgânicos, com as nossas vontades reais. Ou estas se acomodam às “regras do jogo” ou têm que ser escondidas por detrás das máscaras que criamos para nos tornar adequados. Ficamos, contudo, obrigados a lidar com altos níveis de frustração e de vazio existencial.
Além disso, o estado atual do desenvolvimento tecnológico tem possibilitado a obtenção de grande quantidade de informações, de todas as naturezas e de todos os cantos do mundo, o que tem resultado na valorização extrema da informação em detrimento da experiência.
Com o acelerado ritmo de vida que se impõe, esse volume de informações disponíveis supera em muito a nossa capacidade de transforma-las em vivências significativas, ou seja, de traduzi-las em conhecimentos transformadores, que promovam evolução. A redução da experiência é, por exemplo, um dos fatores contribuintes para a entrada cada vez mais tardia em uma instável e insegura vida adulta, conforme comprovamos através dos crescentes índices de filhos adultos que permanecem dependentes dos pais, tanto financeira quanto emocionalmente, por períodos cada vez mais longos.
Legitimada pelas ideologias dominantes e pela educação, a sociedade continua reproduzindo, no processo de desenvolvimento do indivíduo, as condições para o afastamento de si mesmo.
Veja que, nos primeiros anos de vida do indivíduo, o processo de autoconhecimento é visto como natural, e o anseio por evolução possibilita um desenvolvimento acelerado, de caráter espontâneo, e que tem como objetivo o reconhecimento e aprimoramento das próprias potencialidades. Aprende a se diferenciar do mundo, a coordenar movimentos, a se locomover, a se comunicar e a interagir com o meio e com outros seres. Através dessas interações passa a entender as relações afetivas e as assimila como parte de sua existência. Nesta fase, sua noção de si tende a se expandir com incrível velocidade.
Quando, porém, o indivíduo, com a sua inteligência ainda em desenvolvimento, passa a apresentar para o meio as características próprias de sua natureza, tanto os pais como a sociedade começam a reprimir os traços da personalidade que o caracterizam. Limitam, assim, a espontaneidade de suas ações, e forçam-no a se adequar aos sistemas massivos de conduta. Em casa pelos infinitos nãos que seus responsáveis desmedidamente lhe conferem, na escola por meio de sistemas de ensino que apresentam o mesmo programa para tantas personalidades diferentes, e etc.
Desta forma, o processo de autoconhecimento é continuamente afetado. Conforme mencionado, a formação pessoal passa a se compor principalmente por voláteis parâmetros determinados externamente; pela valorização de tudo o que se enquadra nos padrões de sucesso econômico – tais como o retorno financeiro, o bom posicionamento em empresas renomadas ou outros benefícios imediatos – mas com a consequente desvalorização daquilo que satisfaz ou que promove realização.
Comprovamos isso nos discursos remetidos aos jovens, tais como “sem estudo não serão ninguém”, ou “quem não trabalha é vagabundo”, vestígios ainda de uma ética baseada no emprego como objetivo da vida, como legitimador da boa moral e como fundamento da participação social para a construção do almejado “progresso”.
Mas, infelizmente, o conhecimento técnico e a carreira não são suficientes para determinar o indivíduo em todas as frentes de suas vidas. São, sem dúvida, aspectos importantes da vida, mas não a vida. O abrupto aumento nos casos de depressão entre os adolescentes vem a comprovar que este, por ser um pensamento parcial e fragmentador, não permite o desenvolvimento pleno das características individuais nem a solidificação de valores auto apropriados que os orientem no confronto com as inúmeras adversidades e reveses inerentes à existência.
E quando os primeiros sinais dos estragos causados por esse processo de formação desviado começam a aparecer, vemos pais e cuidadores tentando compensar os prejuízos por meio da superproteção, disfarçada de afeto. Uma redenção da culpa pela incapacidade de participar e de estimular o desenvolvimento integral do indivíduo, e que apenas piora o quadro ao postergar o confronto dos filhos com as responsabilidades da vida em sociedade.
Sem ferramentas internas capazes de prover direcionamento, vemo-los procurando o conforto para suas aflições no consumo, cedendo às promessas de garantida satisfação que somente lhes tiram ainda mais o foco de si e não propõem mais do que alguns curtos momentos de prazer, como uma droga que os desconecta de suas realidades insuportáveis, mas que cobra o preço da dependência.
Essa é a formação que propomos aos futuros dirigentes da humanidade. Continuamos nos apoiando em preceitos que já se comprovaram falhos nas gerações passadas, apenas porque já estão estabelecidos, são massivamente aceitos, e cuja aplicação não requer grandes explicações e nem maiores esforços. E ainda esperamos compor uma sociedade saudável a partir de indivíduos incapazes de estabelecer objetivos que respondem às suas demandas orgânicas, incapacidade que aumenta quanto maior a incongruência entre o seu eu real e o eu de fachada.
Para mudarmos esse quadro, precisamos oferecer um modelo de educação que forme o indivíduo de maneira completa. Devemos possibilitar à sociedade o acesso a uma educação integral, que atinja todas as classes sociais e faixas etárias. Denomina-se integral porque visa equilibrar todas as esferas do indivíduo - a física, a emocional e a intelectual. Somente se conciliando consigo mesmo é que o indivíduo poderá se conciliar com os outros e trabalhar, em conjunto com estes, para a evolução da humanidade.
Pode parecer uma longa busca, ainda mais para uma sociedade que se atribui o espírito de pecadora; que se percebe indigna e incapaz de sucesso por se basear em relações de opressão, mas é uma busca possível.
A formação integral pressupõe, entre outros, a associação das artes e dos esportes à educação convencional, ou técnica. As artes porque permitem a livre expressão, e através delas entramos em contato com as nossas características emocionais, aquelas que somos ensinados a esconder na parte mais profunda de nossos inconscientes. Quantas vezes ouvimos uma música ou poesia que nos fez chorar ou sorrir? Quantas vezes, apenas por olhar uma pintura ou escultura, nos transportamos e vivenciamos momentos que seriam difíceis de colocar em palavras? Ao percebermos nestas obras as cargas emocionais que deixam transparecer e que as geraram, podemos reconhecer, nomear e elaborar as intensas emoções que nos assolam. Ao criarmos arte, podemos afirmar nossa identidade e sublimar impulsos não gratificados, ou seja, construir nossas obras pela transformação de anseios retidos. Podemos, com isso, comunicar nossas emoções a outros indivíduos, gerando identificação e empatia por aquilo que é humano.
Os esportes, por outro lado, porque atuam no conhecimento e no preparo do corpo físico. Promovem não somente a melhora da estética corporal, motivo pelo qual são mais procurados, mas propõem, entre outros, o desenvolvimento das capacidades coordenativas e o ganho de autoconfiança pelo reconhecimento e pela superação dos próprios limites, resultado natural da prática constante de determinada disciplina. Proporcionam também o sentimento de pertencimento, o desenvolvimento das capacidades de socialização e encorajam para a ação, transformando os indivíduos de pacientes em agentes da realidade. Ainda, melhoram a saúde e a capacidade de suportar as pressões do cotidiano que têm atingido a população, como os graves casos de estresse e outros males que debilitam o organismo e impossibilitam o bem-estar.
Neste livro, apresentamos as artes marciais como ferramentas transformadoras que favorecem o autoconhecimento, desenvolvem a autonomia individual e promovem valores essenciais ao indivíduo na condução da vida em sociedade. São caminhos de realização que conciliam arte e esporte em uma única modalidade.  Arte porque permite a livre expressão através dos movimentos. Esporte porque sua prática se faz através de movimentos bastante elaborados, dinâmicos e explosivos, que constroem um excelente condicionamento físico e a fina coordenação motora por meio dos frequentes treinamentos.
Infelizmente, muitos interessados, praticantes, professores e mestres não dispõem de ferramentas para contemplar as artes marciais em sua totalidade e limitam-se aos seus aspectos competitivos e práticos, que apenas dotam o indivíduo de extremos poderes combativos e, se associados com irresponsabilidade e falta de controle, resultam nas constantes demonstrações de selvageria que temos sido obrigados a presenciar. Se direcionadas por educadores qualificados, porém, são excelentes opções para a melhoria individual e social, e tornam possível atingir um ideal de educação que podemos confiar aos nossos filhos, capaz de impulsionar a humanidade em seu desenvolvimento.

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